Texto Áureo: “E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé.
Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco!” (Jo 20.26)
Leitura Bíblica em Classe: João 20.19,20,24-31
Introdução: No contexto de confusão, medo e incredulidade que pairava sobre os discípulos após a morte de Jesus. A renovação da esperança não veio apenas pela notícia do túmulo vazio, mas pela presença inconfundível do Cristo ressurreto. Ele entra em nosso medo, confronta nossas dúvidas, desmonta as mentiras e nos oferece paz. Cristo está vivo. Ele venceu a morte. E por isso, a esperança foi renovada — ontem, hoje e eternamente
A esperança é como uma chama: frágil em certos momentos, mas capaz de iluminar toda a escuridão quando acesa. Os discípulos, após a morte de Jesus, estavam mergulhados no medo e na frustração. Trancados em uma casa, dominados pela dor, tudo aquilo que haviam sonhado parecia ter ruído.
Quantas vezes nós também nos sentimos assim? Derrotados, sem forças, com a alma em silêncio e o coração sem direção.
Mas é exatamente nesses momentos que o Senhor se apresenta — não com acusações, mas com paz. A renovação da esperança começa com a presença viva de Cristo.
1. A RENOVAÇÃO DA ESPERANÇA EM MEIO À DÚVIDA E MENTIRAS
João 20.19 - Chegada, pois, a tarde daquele dia, 0 primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco! João 20.20 - E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.
Naquele primeiro dia da semana, os discípulos estavam trancados por medo. Mas o Cristo ressurreto, agora revestido do corpo espiritual — como o apóstolo Paulo descreve, não mais sujeito às leis físicas — se apresenta no meio deles. Sua primeira palavra é um bálsamo para corações aflitos: “Paz seja convosco.”
Ele não apenas falou, mas mostrou-lhes as mãos e o lado, as marcas da crucificação, as provas de Seu amor sacrificial. Era a paz do perdão, que se derrama suavemente como orvalho sobre a grama seca — caindo sobre corações arrependidos, restaurando o que o medo e a culpa haviam ressecado.
Jesus repete: “Paz seja convosco”. Essa repetição não é descuido, mas ênfase: Ele sabe o quanto precisamos dessa paz, uma paz que o mundo não pode dar. Não é apenas a ausência de conflito, mas a presença de Deus. É a paz do entardecer, quando deixamos para trás a sujeira do dia, as ansiedades da jornada, e nos sentamos aos pés do Mestre para que Ele lave os nossos pés nenhum outro argumento mais forte para consolar o pecador arrependido. São essas e tranqüilize o nosso coração.
Olhe para as feridas de Jesus.
Não há outro sinal, marcas que renovam a nossa esperança. São elas que nos dizem: "Você é perdoado. Você é amado."
Após a crucificação de Jesus, os discípulos se reuniram no cenáculo, mas não em celebração. Eles estavam tomados pelo medo, pela frustração e, principalmente, por muitas dúvidas. Ainda que algumas mulheres tivessem testemunhado o túmulo vazio e afirmado terem visto o Senhor, a incredulidade prevalecia entre eles.
1. A mentira que se espalhou
Os líderes religiosos de Jerusalém, ao tomarem conhecimento de que o túmulo estava vazio, optaram por esconder a verdade. Subornaram os guardas, instruindo-os a dizer que os discípulos haviam roubado o corpo enquanto eles dormiam (Mateus 28.11-15).
Assim, uma narrativa falsa começou a se espalhar — e como toda mentira bem contada, começou a gerar confusão até mesmo entre os seguidores de Jesus.
2. A necessidade da manifestação sobrenatural
Diante de um cenário de desinformação e ceticismo, Jesus sabia que a fé dos discípulos precisava de mais do que relatos. Era necessário um encontro pessoal e transformador.
Por isso, Ele aparece de forma sobrenatural no cenáculo — mesmo com portas trancadas. Agora revestido de um corpo glorificado, Cristo não está limitado pelas leis naturais. Sua presença física no meio deles, mostrando as mãos e o lado, derruba a mentira e renova a esperança.
“Paz seja convosco” — essa saudação tem peso de cura, reconciliação e segurança. Suas feridas abertas se tornam o argumento final contra toda dúvida e mentira.
2. TOMÉ: SIMBOLO DA DÚVIDA VENCIDA PELA PRESENÇA DE JESUS.
João 20.24 - Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. João 20.25 - Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. João 20.26 - E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou Jesus, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco! João 20.27 - Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. João 20.28 - Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! João 20.29 - Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram!
Jesus aparece no meio deles e diz: “Paz seja convosco”. Ele entra mesmo com as portas fechadas — e isso nos lembra que nenhuma barreira é capaz de impedir a ação do Ressuscitado. Quando Jesus entra, a presença Dele transforma o ambiente.
Duas vezes Ele pronuncia essa bênção:
Primeiro, para acalmar os corações aflitos;
Depois, para enviá-los em missão, agora não mais como discípulos amedrontados, mas como testemunhas da esperança renovada.
A dúvida de Tomé não foi um caso isolado, mas representava o conflito interno de muitos discípulos que haviam presenciado a morte brutal de seu Mestre e agora ouviam rumores, sem provas concretas, da ressurreição.
A necessidade da manifestação sobrenatural
Jesus sabia que a fé dos discípulos precisava de mais do que relatos. Era necessário um encontro pessoal e transformador.
Por isso, Ele aparece de forma sobrenatural no cenáculo — mesmo com portas trancadas. Agora revestido de um corpo glorificado, Cristo não está limitado pelas leis naturais. Sua presença física no meio deles, mostrando as mãos e o lado, derruba a mentira e renova a esperança.
“Paz seja convosco” — essa saudação tem peso de cura, reconciliação e segurança.
Suas feridas abertas se tornam o argumento final contra toda dúvida e mentira.
Tomé: símbolo da dúvida vencida pela presença
Tomé, que não estava presente no primeiro encontro, se recusa a crer apenas com palavras. Ele quer ver, quer tocar. Jesus respeita sua fraqueza e o convida:
“Põe aqui o teu dedo... não sejas incrédulo, mas crente.”
Tomé então exclama:
“Senhor meu e Deus meu!” (João 20.28) — um dos maiores atos de adoração registrados no Novo Testamento.
A esperança de Tomé foi renovada não por argumentos teológicos, mas pelo encontro real com o Cristo vivo. E essa é a base da fé cristã: não uma crença cega, mas uma confiança firmada em um fato histórico, espiritual e existencial.
Aplicação para hoje
Ainda hoje, o mundo espalha mentiras sobre Jesus. A fé cristã é constantemente atacada com dúvidas, distorções e incredulidade. Muitos se perguntam:
Será que Ele realmente ressuscitou?
Será que há esperança depois da morte?
Será que Deus se importa?
A resposta é a mesma de dois mil anos atrás: Jesus vivo se apresenta àqueles que O buscam com coração sincero. Ele continua dizendo: “Bem-aventurados os que não viram e creram.”
3. A DIFERENÇA ENTRE O FALAR HUMANO E O FALAR DIVINO.
João 20.30 - Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros sinais, que não estão escritos neste livro. João 20.31 - Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é 0 Cristo, 0 Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.
Os homens, quando desejam ser ouvidos e acreditados, recorrem a detalhes, evidências, explicações longas e adereços verbais. É o modo humano de tentar conquistar credibilidade — por meio da lógica, da beleza e da persuasão.
Mas Deus não precisa disso.
Ele não argumenta para convencer, Ele fala para dar fé. Quando o Senhor se revela, Ele não está entretendo os curiosos nem preenchendo as exigências da razão humana. Ele comunica o necessário, o essencial — o suficiente para que o coração sincero creia.
"A fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela Palavra de Cristo." (Romanos 10.17)
Se os Evangelhos fossem escritos apenas para satisfazer os estudiosos ou aguçar a imaginação de leitores curiosos, muito mais teria sido dito. Teríamos minúcias, descrições, datas, relatos completos de todos os encontros pós-ressurreição. Mas não é esse o propósito do Espírito Santo.
2. O objetivo do que está escrito (João 20.31)
O apóstolo João declara com clareza:
“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.”
Aqui temos três verdades fundamentais:
a) Foi escrito
Deus, em Sua sabedoria, quis que ficasse registrado. A fé cristã não se baseia em tradições orais soltas, mas em testemunhos escritos, preservados, inspirados.
b) Para que creiais que Jesus é o Cristo
O conteúdo das Escrituras não é neutro. Ele tem um objetivo direto: levar o leitor ao reconhecimento de que Jesus é o Messias prometido, o Ungido de Deus, o Salvador esperado, aquele anunciado desde o Gênesis.
c) Para que, crendo, tenhais vida em seu nome
Não é uma fé intelectual apenas, mas uma fé que gera vida — vida espiritual agora e vida eterna depois. O nome de Jesus é o canal por onde flui essa vida. E só crendo nele, nessa verdade central, a esperança se renova e a alma vive.
3. Um chamado à decisão
O texto de João 20 não é uma crônica de fim de tarde ou um conto antigo com lições morais. É convite e confrontação.
A mensagem é clara:
“Você crê?”
Se crê, então há vida. Se recusa crer, está recusando a única fonte de esperança verdadeira.
A ressurreição não foi registrada para satisfazer a curiosidade, mas para produzir fé salvadora.
A suficiência do que está revelado
João não contou tudo — e ele mesmo diz isso (João 21.25). Mas contou o suficiente. Porque o que importa não é saber tudo, mas crer no essencial. A Escritura é bastante para gerar fé, e onde há fé em Cristo, há vida, paz, perdão, propósito e esperança renovada.
Não precisamos de mais sinais, precisamos abrir o coração ao que já foi dito.
E o que foi dito é mais que suficiente para nos salvar.
Pastor Adilson Guilhermel
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